segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vidas


Escrever entre os lábios
com a língua que não se solta
das mesmices mesmas.
E regar as plantas e principalmente a
quaresmeira.
Dizê-la que a rotina vale a pena.
Escrever com os olhos fechados,
pálpebras e pestanas cientes.
E regar as tantas sementes.
Principalmente as das videiras.

Internet

Voar na Poesia


Assim como as asas da imaginação
próximas de nuvens a flanar.
Os sentimentos caçam rumos,
agitam-se os dedos das mãos,
pende a cabeça na direção
das palavras que vêm e que vão.
Alçando voos bem altos,
mergulhando nos oceanos do amor.
Vindas do brilho da lua, dos serenos
de saudade ao meu dispor.
Das lanças com pontas em chamas
de dor, das danças da ingratidão.
Nos passeios pelos ares da alegria
por onde voam poesias
escritas em folhas que bailam
até encontrar alguém.

National Geographic Magazine

Não por Receio


Escrevo nas paredes. Das estrelas.
Nos seus muros internos onde guardo meus segredos.
Escrevo e não mais os vejo. Não os leio.
Não por receio, mas por desejo.
Há muitas que iluminam o gelo. E à noite.
Há tontas vizinhanças que brilham trêmulas. Bêbadas de vento.
Nos muros dessas algum lamento. E esquecimento.
Escrevo nos seus terrenos de céu. Feitos de azul. E de negro.
Sob os olhares azuis do azul. Debaixo das cismas do breu.
Arado enruga-se o céu que se espreme e até chora. O orvalho.
Sereno todo dia acorda depois que molha e escrevo. Não se morre.
É quando deito exausto. Depois de palavras minhas.
Para que não as leia.


Andrew Kurtis

Perto de Mim


Perto de mim
mais ou menos.
Não me importa se porta
ou janela se abrindo
ou se fechando.
Se alguém vindo
ou voltando
sei lá pra ou de onde.
Perto de mim
o perto ou o longe,
a estrada partindo
ou chegando.
O coração se partindo
ou se chegando.
Alguém sorrindo
ou chorando.
Quem cai ou quem se ergue.
Não me importa a ponta
do iceberg!

Abstract- Internet


Foge-me Tudo


Foge-me tudo.
Parece-me que só fica o medo.
Vai-me tudo embora
como em um comboio
resta-me a rabeira.
Sou de ninguém,
caminho eu mesmo
atrás do que se vai...
Some-me tudo
e meus olhos se embaçam.
Esfrego-os com os meus dedos.
Vai-me tudo que enxergo,
vai-me o que vejo.
Parece-me que só fica segredo.
Vai de mim tudo correndo
como um cavalo em raia de jóquei.
Mas restam-me os seus olhos.
O quanto deles me disseram
a sua verdade.

Carol Jessen

Antíteses


E se do deserto
me recordo,
me liberto
na noite
estrelada
de você.
Se o frio
vem me aquecer
de solidão
e esperança,
o calor
é o que me recompensa
no amanhecer.
E me agasalha
de amor
antes,
o depois!

National Geographic Magazine